Política

Temer diz que vai ‘abraçar causa de Roraima’ e cobra solução a ministros

Comitiva roraimense foi a Brasília cobrar uma solução imediata para a crise energética de Roraima e ouvir promessas

“Quero ser advogado dessa causa”, disse o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), em resposta aos apelos feitos pela comitiva de Roraima, que esteve ontem, em Brasília (DF), cobrando uma solução definitiva para a situação energética do estado. Roraima é ainda o único estado da federação fora do Sistema Interligado Nacional (SIN).

O grupo era formado por 60 pessoas, entre senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e autoridades representativas de instituições públicas de Roraima, como Tribunal de Justiça, Ministério Público do Estado e Ministério Público de Contas, além da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) e Parlamento Amazônico.

Temer adiantou que repassaria a situação a presidente Dilma Rousseff (PT), utilizando informações da moção entregue pelo presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Jalser Renier (PSDC), intitulada “Roraima precisa de energia elétrica para desenvolver-se”, e informou que cobraria pessoalmente dos ministros da Justiça e das Minas e Energia, celeridade para a solução do problema.

“Faremos muito esforço para ter sucesso nessa causa”, disse Temer, ao frisar que a união da comitiva chamou sua atenção. “Vocês estão fazendo aqui o que de alguma maneira estamos propondo para o Brasil. Quando você enfrenta uma crise precisa reunificar o pensamento nacional. E, para isso, não pode pensar em partidos, instituições e, às vezes, nem mesmo em Governo. O que está em pauta é exatamente o país. Vocês estão dando um exemplo extraordinário de unidade de todos os setores de Roraima, porque acima dos partidos políticos e de cada instituição, todos estão reunidos e unificados pela prosperidade de Roraima.

Induvidosamente, essa prosperidade passa por energia adequada. Sem energia não há progresso, e sem progresso não há desenvolvimento”, concluiu o vice-presidente da República.

Para o presidente da Assembleia, Jalser Renier (PSDC), esse foi um “momento histórico”, uma vez que em Roraima há notadamente vários grupos políticos, com diferentes ideologias e posicionamentos. “Vivemos num estado de divergências políticas, e pela primeira vez, temos consenso na mesma luta. O que não podemos é deixar que nosso estado fique numa situação difícil. Todas essas instituições estão imbuídas num único propósito”, disse.

A senadora Ângela Portela (PT), que tem tido conversas quase que diárias com responsáveis por áreas diretamente ligadas com a solução do impasse do Linhão, também cobrou uma solução do vice-presidente e dos ministros da Justiça e de Minas e Energia. “Basta uma decisão política para dar andamento ao Linhão. Não são necessários recursos financeiros, apenas boa vontade política. Roraima não pode permanecer nessa situação de insegurança energética”, disse.

Em entrevista à Folha, o deputado federal Edio Lopes (PMDB) afirmou que, durante as reuniões, não houve nenhum novo argumento que já não tenha sido dito.

“Tudo o que se falou, a bancada federal já massificava. A única novidade é que a comitiva demonstrou aos governantes que a questão é ampla e que diz respeito a todos os segmentos”, comentou. “Demonstramos que a causa não é de partido nem de governo. É uma causa da sociedade de Roraima. Então por isso considero que as audiências foram proveitosas”, acrescentou.